sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Quase dois mil raios

Sorocaba registra 1.879 descargas elétricas entre os anos de 2005 e 2006.
A cidade ocupa o 366º lugar no ranking estadual de densidade IPEM




A cidade de Sorocaba foi atingida por 1.879 raios entre 2005 e 2006. Levando-se em consideração a área total do município – 449,1 quilômetros quadrados – chega-se a uma média de 2,789 descargas elétricas por quilômetro quadrado por ano. Os números foram divulgados pela Elat (Laboratório de Eletricidade Atmosférica), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Na pesquisa, foram analisados três mil municípios das regiões Sudeste, Sul e parte do Centro-Oeste. Apesar da grande quantidade de raios registrados, Sorocaba ocupa apenas a 366ª posição no Estado e 1.701ª na classificação geral. São Caetano do Sul é a cidade brasileira e paulista mais atingida, com 12,153 raios por quilômetros quadrados. Segundo o diretor do Nepa (Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais), de Sorocaba, José Carlos Ferreira, a incidência de raios depende de vários fatores, como a localização geográfica e o tipo de solo. “Sorocaba não tem grandes pontos de altitude, o que desfavorece a incidência das descargas elétricas”, afirmou. O Vale do Paraíba, por exemplo, é uma área propensa aos raios, porque fica entre duas cadeias de montanhas. Mitos e verdades Ferreira ainda desmentiu velhos mitos que algumas pessoas ainda têm em dias de tempestade. “Há pessoas que não perdem o costume de cobrir espelhos quando chove. Isso é crendice. Não há perigo algum em deixar espelhos descobertos”. O professor também confirmou outros costumes, como evitar estar dentro da piscina ou mar durante uma tempestade, ou se proteger debaixo de uma árvore. “Quando a nuvem está carregada, ela tem a necessidade de eliminar a sua carga excedente. Então, ela passa a procurar por pontos de pólos diferentes para o raio. O que pode faze-lo atingir uma árvore ou uma piscina”. Se proteger dentro de um carro ou ônibus, segundo Ferreira é correto porque, além dos pneus servirem como isolantes, o veículo funciona como uma caixa de metal, chamada “gaiola de Faraday”, que desvia para a terra a corrente gerada, caso seja acertado por um raio. Podem cair duas... 200 vezes no mesmo lugar Um dos mitos mais conhecidos, válido até como frase de efeito para definir algo raro, diz que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Segundo o professor da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Sorocaba, José Carlos Ferreira, existe a possibilidade de um local ser atingido muitas vezes por descargas elétricas. “O local que recebe um raio não é escolhido a esmo. Ele tem alguma coisa que atrai a carga elétrica. Portanto, ele tem uma condução propícia de eletricidade, podendo novamente ser alvo de outro raio”, explica. O professor disse que os pára-raios de edifícios (ilustração) funcionam como “guarda-chuva” para proteger a área no centro da qual está localizado. “A nuvem procura por ‘pontas’ para descarregar eletricidade. Por isso há a necessidade de os prédios terem pára-raios”. Brasil ocupa o primeiro lugar O Brasil é o país campeão mundial em incidência de raios, com 60 milhões por ano. Atualmente, eles provocam, em média, 100 óbitos e R$ 1 bilhão de prejuízo por ano. Em 2007, 17 pessoas morreram atingidas por raios no Brasil. Sete foram em São Paulo, Estado com maior índice.


5/4/2007

Rodrigo Alcântara - Bom Dia Sorocaba

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