Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/04/2012
Em cima, o raio artificial disparado de forma normal, com o laser desligado. Embaixo, o direcionamento preciso do raio pelo laser de pulsos. [Imagem: Forestier et al./AIP]
Guiando um raio
Enquanto raios laser são parte do nosso dia-a-dia, raios guiados por laser são algo bem diferente.
André Mysyrowicz e seus colegas do instituto ENSTA, na França, estão há anostentando encontrar formas de guiar os raios durante as tempestades, evitando que eles atinjam áreas sensíveis.
Agora eles conseguiram, pelo menos em uma condição experimental.
Hoje já existem lasers capazes de gerar pulsos com durações muito pequenas, mas que atingem potências na faixa dos terawatts - trilhões de watts.
Esses pulsos são tão intensos que arrancam moléculas do ar, criando canais de ar ionizado ao longo da rota de disparo do laser.
Essas rotas focalizam a luz do laser em zonas de altíssima intensidade, chamadas filamentos, que mantêm o ar ionizado algum tempo depois que o pulso de laser passou.
Esse é o caminho aberto para que o raio passe.
Aproveitamento da energia dos raios
O experimento foi feito entre dois enormes eletrodos, que produzem um arco voltaico, simulando um raio, a uma distância de 50 metros um do outro.
Em condições normais, o arco apresenta o mesmo desenho caótico da rota dos raios.
Mas, quando o laser foi ligado, o raio artificial seguiu perfeitamente a trajetória retilínea criada por ele, atingindo o eletrodo sempre na posição prevista.
A ideia, quando tornada prática, é disparar o laser nas nuvens carregadas, antes que elas descarreguem-se em raios disparados aleatoriamente. Assim, os raios poderão ser guiados para áreas seguras.
Contudo, embora os cientistas falem muito em evitar danos às estruturas civis, há sempre um olho na possibilidade de aproveitamento da energia dos raios, embora ainda não exista tecnologia para armazenar tanta potência, despejada de forma tão rápida.
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