Sábado, 16 de Fevereiro 2008 - 17h26
Fonte: Sidnei Quartier - A Cidade
DIVULGAÇÃO RAIO
Celestino Cicote Júnior apitava jogo entre amigos em Monte Aprazível, região de Rio Preto, quando foi atingido
Aumentou o número de raios e de mortos por descargas elétricas, este ano, no Brasil. Os raios já mataram dezesseis pessoas e a incidência de faíscas aumentou 35% em relação ao ano passado. Ou seja, 25 mil raios a mais só no Estado de São Paulo. A informação é do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos.O número de mortos, nesta temporada, é bem alto, na avaliação de Kleber Nacaratto, pesquisador do Inpe.Para se ter uma idéia, no ano passado, em todo o país, foram registrados 46 mortes. Este ano o número de vítima já ultrapassou um terço. A temporada de raios, na região sudeste, vai até o fim de abril. Em junho, julho e agosto há ocorrências durante o Inverno (chuvas) nordestino e, em boa parte do ano, na região amazônica.No ano passado, o maior número de mortos foi registrado em são Paulo, seguido do Mato Grosso do Sul e do Paraná.Kléber Naccarato enumerou os fenômenos que estão provocando a maior incidência de raios. Entre eles está o La Niña.“Em 2001, ano em que tivemos muitos raios, ficou constatada a influência do La Niña no aumento de descargas. O fenômeno reduz a temperatura nas águas do oceano Pacífico Equatorial e influencia a temperatura no Brasil,com o resfriamento das águas e modificando a circulação dos ventos”, disse Naccarato.Outro fator é a temperatura média alta registrada nas últimas Primaveras. Nas grandes cidades, como São Paulo, o cimento das construções e a poluição colaboram para a elevação da temperatura e a formação de temporais. O raio é provocado pelo choque de gelos formados em nuvens entre seis e sete quilômetros de altitude. O ELAT informou que do total de raios produzidos, 80% ficam nas nuvens e 20% chegam à terra. E chegam provocando enormes estragos. Cada raio carrega força entre 20 mil e 30 mil ampéres, voltagem suficiente para acender 20 mil ou 30 mil lâmpadas de 100 watts. Os raios que caem, chamados de descendentes, são maioria.Os raios que nascem do chão - ascendentes - não passam de um por cento. Nascem em morros em antenas de telecomunicações ou nas estruturas dos grandes prédios. Esse tipo de raio não causa maiores danos.As vítimas dos raios: Denise, José, Amir, Antonio, CelestinoA 16ª e última vítima de raio foi o pedreiro Claudinei Justino, segunda-feira, em Campinas. Na região, os raios mataram Denise Martins de Souza, 19 anos, na zona rural de Cristais Paulista. Ela saiu com a prima, de onze anos, num passeio a cavalo. Era sábado, começo de janeiro. O tempo fechou e Denise achou melhor a sobrinha seguir para casa, montada em Rainha. Ele iria a pé. A trezentos metros de casa, Denise foi morta. Em Santo Antônio do Norte (MG), na semana passada, José Eustáquio de Oliveira, 40, estava tomando água encostado na geladeira. Um raio o atingiu e, mesmo socorrido, morreu de parada cardíaca. Sábado passado, o piloto agrícola Amir Esperancim estava abastecendo seu avião, numa lavoura em Valparaiso (SP), quando foi atingido por um raio. Esperancim e o ajudante Antônio Aguinaldo da Silva, que estavam sob as asas, morreram.Em Monte Aprazível, região de São José do Rio Preto, os raios vitimaram Celestino Cicote Júnior, que apitava uma “pelada” entre amigos. No interior do Mato Grosso, Gabriele Vanessa Chaboski, 19, morreu enquanto falava num telefone público.
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