sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Estudo mostra a Curitiba dos 3 mil raios

30/03/07 18:40 atualizada às 17:15

Cidade concentra a maior proporção de ocorrências na RMC
Da Redação do "Bem Paraná".

Entre os anos de 2005 e 2006 ocorreram 3.011 raios sobre território curitibano. Isso coloca a Capital paranaense, proporcionalmente, como o município da Região Metropolitana com a maior incidência do fenômeno, com 4,615 raios por quilômetro quadrado no período. No Estado, Curitiba ocupa apenas a 125ª posição no ranking das ocorrências. Os dados acima fazem parte do mais detalhado estudo jamais realizado no País, e foi feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pequisas Espaciais (Inpe). No estudo o município que aparece com a maior proporção de raios por quilômetro quadrado é São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, com índice de 12,153. Já no Paraná a cidade que aparece na primeira colocação no ranking é Iracema do Oeste, com 6,606 raios por km2, ocupando a distante 66ª posição no estudo. Os resultados deverão ser aplicados no melhor dimensionamento dos sistemas de proteção contra raios em geral, indo desde os pára-raios em edificações até sofisticados sistemas de proteção industriais, passando pela proteção de linhas de transmissão e distribuição de energia e torres de telecomunicação. Para a sociedade os benefícios serão gerados em termos da diminuição dos prejuízos e mortes causados pelos raios. Em números totais, os 3.011 raios ocorridos nos dois anos em Curitiba a colocam apenas na 11ª posição dentra RMC. O município com o maior número de raios nos dois anos estudados é a Lapa, com 11.721 ocorrências. Porém, a Lapa tem área equivalente a quase cinco Curitibas, por isso tem índice inferior, proporcionalmente — 3,819 raios por km2. O município paranaense com o maior número de raios no total foi Tibagi, com impressionantes 17.168 raios, e índice de 3,682. Mesmo assim chama a atenção o fato da Capital, com território pequeno em comparação aos outros municípios do Estado, ter um número alto de raios ao longo do ano. “Os raios aparecem mais em cidades maiores por causa do efeito urbano. O aquecimento que existe é maior nos grandes aglomerados do que nas vizinhanças. Isso favorece a incidência das tempestades e a concentração dos raios”, explica o pesquisador do Elat, Cléber Pinheiro Naccarato. Os dados foram obtidos a partir da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT), fruto da união dos sensores da Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (RINDAT), do Sistema de Informações Integradas baseado no Sistema de Detecção de Descargas Atmosféricas (SIDDEM) e da rede de detecção de descargas do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). Mais de três mil municípios foram estudados nas regiões Sul e Sudeste e parte do Centro-Oeste. As demais regiões e áreas do País não entraram no estudo por ainda não contarem com sistema de sensores de rede de detecção, e portanto não havia precisão suficiente para igualar o levantamento realizado nas áreas com sistema implantando. Mortes — O Brasil é o País campeão mundial em incidência de raios com cerca de 60 milhões de raios por ano. Atualmente os raios provocam em média 100 mortes e R$ 1 bilhão de prejuízos por ano. Só neste ano, 17 pessoas morreram atingidas por raios, sendo sete delas no Estado de São Paulo que é o com maior número de fatalidades. Os raios também causaram outros problemas pelo País, entre eles interrupção de energia no Nordeste e interrupção do funcionamento de equipamento em aeroporto do Sudeste. Na semana passada um raio provocou a explosão de um tanque de álcool em uma usina em Nova América da Colina, no Norte Velho do Paraná.

O resultado do estudo está disponível no endereço: http://www.inpe.br/ranking/.

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