Plantão Publicada em 04/04/2007 às 17h28m
Cleide Carvalho,
O Globo Online SÃO PAULO - O último verão teve a segunda maior incidência de raios na Grande São Paulo. Foram 57.821 descargas atmosféricas entre novembro do ano passado e março passado. A média é de 615 em cada dia de chuva. Só no mês passado, 23.385 raios caíram na área atendida pela concessionária de energia elétrica AES Eletropaulo - 37,6% a mais do que no mês anterior. O levantamento é feito desde 2000 e o recorde de raios registrado no período foi em 2003, quando 71.207 caíram sobre a Região Metropolitana. (leia também: São Paulo tem tempestades cada vez mais fortes) A queda de raios é crescente na capital paulista, por causa das ilhas de calor provocadas pela escassez de verde e excesso de concreto. No último sábado, um raio atingiu um rapaz que estava sob uma árvore na Vila Andrade, no Morumbi. No temporal desta terça, 200 raios caíram apenas na zona sul de São Paulo. Além do risco para a população, as descargas elétricas representam problema para a rede elétrica da cidade, que é aérea. Além de atingir a própria rede, os raios caem sobre árvores, que acabam despencando sobre fios e postes. Entre novembro e fevereiro 15.083 caíram sobre a rede elétrica. Num convênio com a Prefeitura, a Eletropaulo pretende podar ou rebaixar a copa de 150 mil árvores durante o próximo inverno num trabalho preventivo para o próximo período de chuvas. Apenas entre novembro e março, por conta de tempestades, 3 milhões de imóveis sofreram apagão por conta da queda de galhos ou árvores sobre fios e postes. A Prefeitura não tem dado conta de atender aos pedidos de poda e remoção de árvores feitos pela população. Os serviços de jardinagem aparecem em segundo lugar entre os reclamados à Ouvidoria do município. Só em 2006 foram 1.371 queixas de solicitações não atendidas, o que representa 6,74% das reclamações. A rede aérea é um problema para uma cidade do porte de São Paulo, mas enterrar os fios necessita de um investimento de R$ 5 bilhões. A Eletropaulo estuda passar a usar fiação subterrânea apenas nas vias onde o surgimento de prédios exige reformas e ampliação da carga de energia. Uma das que estão próximas a atingir o máximo da atual capacidade instalada é a Avenida Luiz Carlos Berrini, na zona sul. A poda de árvores é um trabalho que o consumidor não deve fazer sozinho. Apenas em janeiro e fevereiro passado sete pessoas tiveram ferimentos por contato com a rede elétrica durante um trabalho de poda. Por sorte, foram queimaduras leves. No ano de 2006 foram sete acidentes, dos quais dois provocaram ferimentos graves na vítima. Em 2005, uma pessoa morreu. A fiação da rede elétrica fica a cerca de 5 metros do chão. Por isso, o ideal é plantar árvores que não atinjam esta altura na fase adulta. As grandes árvores que estão sendo removidas ou podadas na capital paulista são antigas e foram plantadas numa época em que os problemas da cidade não eram tão acentuados. Veja os cuidados a serem tomados com as quedas de fios - Cuidado: mesmo que falte luz nas casas próximas, não significa que o cabo caído esteja desenergizado. - Não toque, nem se aproxime dos fios caídos e das pessoas ou objetos em contato com a origem energizada. Siga as mesmas determinações com as cercas metálicas, portões de ferrou ou varais de roupa; - Não tente ajudar uma vítima sem estar preparado: o choque pode passar para você; - Peça aos outros que se afastem; - Se um carro estiver em contato com os fios, não se aproxime, nem toque no carro ou no fio; - Se você estiver no carro, permaneça dentro e espere por ajuda; - Peça para que os outros fiquem distantes; - Se você tiver que sair: 1. Salte sem tocar o veículo e o chão ao mesmo tempo; 2. Mantenha unidas suas pernas e arraste os pés dando passos mínimos (não tire os pés do chão).
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